quarta-feira, 8 de setembro de 2010

[agora]

As ondas correm suaves por entre meu dedos
Como fosse tua língua a brincar no céu
Cheiro de sal
Gosto de sol
O som místico da espuma
Tão alva quanto tua pele
Que me deixa saudosa

Desejo parar o tempo
Quando se apossa de mim
Toma-me os gemidos
Arranca-me o gozo
Sacia a sede
Ali, loucura torna-se minha mais sensatez
E quando o dia pari a luz
Aquele que nos aflora
Se torna o divisor

Adeus!
Não mais proferi-la
Degustar o silêncio
E apenas sentir o vai e vem do seu corpo
Como aquelas ondas que ontem lambiam meus pés
- Que calor! Que calor desgraçado!
- Penso em água.
- Beber!
- Vai uma cerveja?
- Que calor essa cidade faz! Olha! Parou de ventar!
- Sim! Uma cerveja rápido!
- Um beque.
- Dois goles me bastam para esquecer o calor.
- E dois tragos, para matar você.

[cinco sentidos]

Nua como a noite
Branca como a lua
Vestida apenas de sol
Como quem esconde atrás do sono
A mão pulsante
Faminta
Detém entre os dentes
E paralisa com o veneno que deixa escorrer pela rubra boca
Incita-me: vem!
Atendo-lhe: vou e não retorno
Ali quero estar
Presa na teia
Segura no calor
Fantasia, sonho e ilusão
Firmo em tua certeza
Creio na veracidade
Fecho os olhos e solto o ar
Sinto o medo, mas também a ti
Não estás só
Tenho o verde
E todas as cores do seu arco-íris.