quarta-feira, 12 de agosto de 2009

[o ciclo]

Achei que minha respiração não mentia
Que minha essência não se enganava
Mas não
Aqueles olhos que outrora refletiam o sabor que emanava de seu sorriso
Cerraram
Aquela boca que ontem não proferia outro som que não fosse o amor
Calou-se
Despencando como um corpo gélido e sem cor
Para a não gravidade da solidão
O breu mais uma vez esfriou o chão do quarto
E o resto da casa
Desmetamorfoseou a borboleta
És lagarta outra vez
Que transformação é essa?
Que um dia é Luz
Outro dia sou eu.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Até agora o ócio me prende ao nada... mas tive o imenso prazer de rever Neruda por aê...
Compartilho desse gozo...


As minhas palavras choveram sobre ti acariciando-te.
Amei desde há que tempo o teu corpo de nácar moreno.
Creio-te mesmo dona do universo.
Vou trazer-te das montanhas flores alegres, avelãs escuras,e cestos silvestres de beijos.
Quero fazer contigo o que a primavera faz com as cerejeiras.