domingo, 26 de abril de 2009

[para a Flor]


Não estava muito inspirada para escrever, mas lembrei-me deste que me serve como espelho hoje, é de Vinícius... certeza de que será uma boa leitura.

Soneto da separação

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente

quinta-feira, 23 de abril de 2009

.imóbil.

Covarde sei que fui, ao te deixar ir.
Fui covarde, pois ao partir me disseste adeus, acenei e somente chorei.
Mas ao cair a venda, a luz chamando-me à vida, vi somente sombras foscas, como um vulto entre cortinas das alcovas de Assis.
És tu? Ou eu vagante entre os desejos suprimidos e as palavras suspensas?
Reconsidere. Ou não. A nostalgia hoje se faz amiga em presentes como os que fluem pela janela.
No cheiro único.
No verde seu.
No toque que não me deixa uma noite sem te querer, ali.
Sua ida continua.
Minha estaticidade também.
E não tenho um final, pois ainda não terminei.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

É...

Morrer para si e nascer para alguém que não crê no que está na sua cara e aflorando à pele.
Sentimento nobre, mas a nobreza também se mostra imunda quando te dizem:
Mentira!
Toda a combustão se perde em um vazio... vazio cheio de dor e de dúvidas: e se não for?
Mas tenho certeza que é!
Os verdes e o aveludado, o cheiro e o som das palavras doces sussurradas a mim...
A distância é tão querida quanto teus lábios, quem sabe faça os olhos cerrarem e a chuva escorrerá pela última vez levando tudo que destrói consigo.

sábado, 18 de abril de 2009

[redenção]

Não me peça isso, não tenho que te perdoar. Chico já dizia que "cada um sabe...", e quem sou eu pra te dizer que não?
Meus erros foram suficientes para entender-te e até tentar não sofrer... impossível!!!
Reconsiderar é o verbo que mais quero conjugar com você.
Faz-me tanta falta, que até minha tristeza é incompleta sem tu, minha Flor.
Voltar é retroceder, vamos nos topar, nem sempre as topadas doem, depois de xingar elas nos fazem sorrir!
Sorrimo-nos.

o que eu quero.

Lute, pule, grite e chute!

Curta, faça, fala e passa.

Aconteça, amanheça, apareça e seja!

Talvez pra você não, mas pra mim o sentido é total.

O que você quer?